Com um tema polêmico, que diz respeito à vida pessoal, Eliane Robert Moraes debate o âmbito da literatura, abrangendo todo o tipo de representação erótica. Ao definir pornografia do ponto de vista histórico, aborda a distinção feita pelo senso comum e compara erotismo com pornografia: “O erotismo só sugere, enquanto a pornografia mostra tudo. Esta idéia de que o erotismo seria aquilo que é velado, em contraposição à pornografia, está na base de um apelo moral que também varia a cada época. A difusão da pornografia no último século ocorre, por um lado, com a consolidação de obras pornográficas e com o comércio de um repertório obsceno e, por outro, com a consolidação de novas representações do sexo, como uma arte erótica.” Eliane Robert Moraes analisa também o escândalo das obras do Marquês de Sade e de Gustave Flaubert em seu livro Madame Bovary. Para ela, a pornografia revela uma forma de conhecimento, que supõe um aprendizado e uma possibilidade transformadora.
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